31 de out. de 2010
28 de out. de 2010
Around ☠ Skull
*Já em clima de Halloween, decidi falar um pouco de um ponto de vista analítico sobre as obras pictóricas, a contemporaneidade e as queridas caveiras!
Engana-se quem pensa que o "caveirismo" surgiu com o Rock. A obsessão dos maiores nomes das artes por caveiras, tem um sentido que rebusca uma idéia antiga sobre a vaidade e os valores materiais.
No fim do século passado, a caveira, antigo emblema das "venites" (uma categoria da natureza morta), invadiu o cotidiano das pessoas, e desde então é estampada em todos os lugares.Esse gênero pictórico singular surgiu no século XVII na austera sociedade dos países baixos, e até hoje é idolatrada como um grande símbolo de renascimento para algumas culturas.
As "vaidades", como são representadas em pinturas contém sempre uma composição que sugere que a existência terrestre é vazia, e a vida humana, precária e fugaz. Na pintura Rien, de Jean-Michel Alberola , 1995, o autor tentou de forma alegórica, demonstrar esse vazio existencial terrestre, escrevendo em neon a palavra "nada" em formado de caveira. Vejam:
Em uma citação do livro Eclesiastes, "vaidade das vaidades, tudo é vaidade", o autor nos induz a traduzir a vida como uma representação de prazeres mundanos. Assim, os pintores do século XVII que idoltravam caveiras, procuravam em suas obras retratar as formas materiais encarnadas por significantes das inutilidades terrestes. Quer um exemplo? Pois bem: A ampulheta e a vela, representam a brevidade da vida; Livros e Candeeiros representam a sabedoria, que inclusive não se perde com a derrocada do corpo humano; as flores fazem alusão à rapidez com que a beleza dissolve com a passagem dos anos; e enfim, dentre outros, cartas de baralho e taças vazias remetem a futilidade dos prazeres, representando a inutilidade dos prazeres carnais e mundanos diante da irrevogabilidade da morte.
(Adriaen van Utrecht,Vanitas: Still Life with Bouquet and Skull, c. 1642)
O que me faz deixar mais feliz sobre as análises do uso deste elemento, é ver a reflexão acerca do obejto ali representado. Cada detalhe trazia em seu íntimo um sentido único, certeiro. Portanto as pinturas não seriam apenas adornos decorativos, mas possuiam uma beleza de tradução forte, ainda que disfarçada pela discreta leveza das formas.
(Inverno 2010 Masculino de Alexandre Herchcovitch SPFW)
Na moda, a utilização das caveiras vem remetendo muitas vezes apenas a uma referência ao psicotico ou a psicodelia do mundo jovem roqueiro, que abusa de caveiras, xadrez, listras e cores escuras aliadas ao estilo urbano.27 de out. de 2010
Trash, um olhar crítico sobre a moda.
Eu não sei cortar tecido, costuro o básico e não evoluo essa habilidade desde os oito anos, quando comecei a tentar usar a prática manual após perder feio para a máquina de costuras; nunca tive aulas de desenho, e o que aprendi de forma empírica talvez não seja sequer mediano frente a amadores. Enfim, só sei nomes de materiais básicos, e os que não fazem parte do meu limitado conhecimento, costumo apenas considerar como variantes de um mesmo tipo material composto por tramas que podem variar em texturas e tonalidades.
A complicação que há dentro do tecnicismo da moda, para mim é a questão de estar atuando no ramo, e portanto, por isso surgem as necessidades terminológicas e fonéticas. Porém, o viés da roupa-material que me instiga é aquele que reclama uma história que eu possa decifrar curtindo os detalhes, e integrando-os a mim.
E sim, acho que posso falar de moda aplicando múltiplas referências que vêm a ser inclusive, formadoras de uma certa segurança ao vestir tal peça. É como se, sabendo um pouco mais sobre a procedência do objeto, miscigenássemos ao mesmo, seguros de uma personalidade dual e conjugada, a exaltação e imponência do belo.
Eis então um bom começo para o meu monólogo sobre o diálogo entre a moda e o conceito desta.
Em primeiro lugar, a roupa deve falar com você. Bem como quando adotamos animais para a estimação, ela deve caber em seu corpo tanto quanto na sua certeza de estar ali conscientemente. Ela deve querer participar de uma história sua, diária, passageira, mas original. O direito legítimo de usar uma peça que se comunique com sua personalidade é soberano.
Não sou comentarista profissional de moda, nem fiz cursos de extensão que me promovessem um posto superior ao de quem lê com freqüência o meu blog. Na verdade, tenho um passado totalmente aliado a anti-modismos e vanguarda, influenciados pelo meu gosto por rock, estudos feministas e pagões. Então, recente a padronização daquilo que uso sobre uma moda que só agora lembra que deve ser anárquica, a costura se aproxima do processo democrático de culturas, onde as referências se fazem a movimentos de revolta sobre um passado que requer releituras.
Talvez eu não seja a melhor comentarista de moda, visto que escrevo Sobre o produto quando de fato, há o diálogo entre nossas realidades. E então, o meu ideal visual é sempre aquilo que não segue o habitual, pois o pastiche desgasta a individualidade e nos rotula de forma tal, que até nós mesmos pensamos que não temos estilo próprio, por um medo imposto por uma psicologia social hipócrita.
Deixem que eu fale assim... é como se a gente se vestisse para os outros, e não de acordo com o que somos e devemos refletir desde o íntimo. As personalidades se confundem dentro de rótulos de marcas, e aqui em Rio Branco, muitas vezes pagar de outdoor ambulante para a Ellus vale mais do que assumir o gosto pelo brechó [leia-se formigão] que todo mundo vai, se escondendo por detrás das montanhas de jeans barato.
Ainda quem admite que compra lá, se considera do tipo não estou aí para a modinha. Mas isso de fato possui sentido? Não para mim. A moda hoje é inspirada pelo estilo que se vê nas ruas. A própria Bienal do SPFW grafitou a fachada do evento, e isso não quer dizer que é tendência ser pichador. A questão é que a crítica de moda, para mim, se faz de forma conscientizadora acerca de valores culturais e ambientais, e não por questões econômicas ou de uma estética padronizada. Para a quem entender assim, digo apenas que nunca se fará de forma real um padrão estético absoluto. Portanto nunca será lídima a crítica sobre o objeto.
A idolatrada Coco Channel já ousou dizer que a Moda é como arquitetura; uma questão de proporções. Mas, senhores, dentre as próprias habilidades humanas, possuímos distinções de acordo com gêneros, que nos capacitam, destarte, concepções distintas sobre os fenômenos físicos, geométricos e conceituais. Como, queridos leitores(?), limitar o gosto de uma pessoa que por si, já é única?
A complicação que há dentro do tecnicismo da moda, para mim é a questão de estar atuando no ramo, e portanto, por isso surgem as necessidades terminológicas e fonéticas. Porém, o viés da roupa-material que me instiga é aquele que reclama uma história que eu possa decifrar curtindo os detalhes, e integrando-os a mim.
E sim, acho que posso falar de moda aplicando múltiplas referências que vêm a ser inclusive, formadoras de uma certa segurança ao vestir tal peça. É como se, sabendo um pouco mais sobre a procedência do objeto, miscigenássemos ao mesmo, seguros de uma personalidade dual e conjugada, a exaltação e imponência do belo.
Eis então um bom começo para o meu monólogo sobre o diálogo entre a moda e o conceito desta.
Em primeiro lugar, a roupa deve falar com você. Bem como quando adotamos animais para a estimação, ela deve caber em seu corpo tanto quanto na sua certeza de estar ali conscientemente. Ela deve querer participar de uma história sua, diária, passageira, mas original. O direito legítimo de usar uma peça que se comunique com sua personalidade é soberano.
Não sou comentarista profissional de moda, nem fiz cursos de extensão que me promovessem um posto superior ao de quem lê com freqüência o meu blog. Na verdade, tenho um passado totalmente aliado a anti-modismos e vanguarda, influenciados pelo meu gosto por rock, estudos feministas e pagões. Então, recente a padronização daquilo que uso sobre uma moda que só agora lembra que deve ser anárquica, a costura se aproxima do processo democrático de culturas, onde as referências se fazem a movimentos de revolta sobre um passado que requer releituras.
Talvez eu não seja a melhor comentarista de moda, visto que escrevo Sobre o produto quando de fato, há o diálogo entre nossas realidades. E então, o meu ideal visual é sempre aquilo que não segue o habitual, pois o pastiche desgasta a individualidade e nos rotula de forma tal, que até nós mesmos pensamos que não temos estilo próprio, por um medo imposto por uma psicologia social hipócrita.
Deixem que eu fale assim... é como se a gente se vestisse para os outros, e não de acordo com o que somos e devemos refletir desde o íntimo. As personalidades se confundem dentro de rótulos de marcas, e aqui em Rio Branco, muitas vezes pagar de outdoor ambulante para a Ellus vale mais do que assumir o gosto pelo brechó [leia-se formigão] que todo mundo vai, se escondendo por detrás das montanhas de jeans barato.
Ainda quem admite que compra lá, se considera do tipo não estou aí para a modinha. Mas isso de fato possui sentido? Não para mim. A moda hoje é inspirada pelo estilo que se vê nas ruas. A própria Bienal do SPFW grafitou a fachada do evento, e isso não quer dizer que é tendência ser pichador. A questão é que a crítica de moda, para mim, se faz de forma conscientizadora acerca de valores culturais e ambientais, e não por questões econômicas ou de uma estética padronizada. Para a quem entender assim, digo apenas que nunca se fará de forma real um padrão estético absoluto. Portanto nunca será lídima a crítica sobre o objeto.
A idolatrada Coco Channel já ousou dizer que a Moda é como arquitetura; uma questão de proporções. Mas, senhores, dentre as próprias habilidades humanas, possuímos distinções de acordo com gêneros, que nos capacitam, destarte, concepções distintas sobre os fenômenos físicos, geométricos e conceituais. Como, queridos leitores(?), limitar o gosto de uma pessoa que por si, já é única?
25 de out. de 2010
✖ Hey, Boy!
Os anos setenta não foram unânimes na reprodução do guarda-roupas masculino para as mulheres. Depois da fase oitentista sexy marcada por roupas expressivas, ombreiras, saias curtas, calça skinny e peças íntimas a mostra, bastante femininas, os anos 90 trouxeram exercícios espertos de alfaiataria e uma androginia cool para o guarda-roupas das mulheres. O estilo mais largadão, influenciado pelo grunge foi presente ainda que inicialmente miscigenado ao modo oitentista mais revoltado.
♪ I Wanna Be Where The Boys Are | feelings
Nos anos 2000 a simplicidade do minimalismo foi arrebatadora e só agora, nos ultimos anos, estamos vendo uma revigoração no mundo da moda.
Na tentativa de se adequar as novas exigências e preocupações sociais, a moda revira guarda-roupas antigos, buscando, talvez a essência de autenticidade que se perdeu.
Não possuímos grandes feitos na atualidade. Somos saudosistas. E o meio de fazer moda agora é reproduzir, em larga escala, aquilo que já foi inventado, desta vez com novos materiais.
O que parece remeter as novas descobertas do século XIX, na verdade vêm neste momento, com uma presença menos esperançosa. Mas a consciência sobre os feitos humanos, pelo menos, é o melhor da atualidade.
No domingo passado, voltei ao guarda-roupas do meu pai, focando diretamente a camisa oitentista que mais adoro. De golas, botões e cor caramelo. Cada parte que me agrada sem que eu possa escolher por uma apenas...
E as mangas, que eu preciso dobrar para conseguir usar nesta terra quente, foram combiadas às dobras que fiz no shorts de alfaiataria branco, que pareceu bem mais feminino.
Os óculos e sandálias, respectivamente das marcas Chilli Beans e Arezzo, foram peças chave para a formação do visual mais despojado e menos sério. A propósito, a referêcia dessas peças ao material amadeirado foi essencial para que eu os comprasse, pois adoro a cor, a textura e enfim, a essência vital que transpassa pelas fibras naturais.
Então encontramos, eu e Renah, um senhor que vende tapetes de peles. Eu, que adoro estampas animais, fiquei de fato interessada e não soube escolher um só. Mas enfim, acho que o meu aniversário se aproximando pode justificar essa compra... haha
Sobre o look. A bolsa foi um presente da minha mãe, que comprou em sua penultima viagem ao Perú, semana passada. Custou apenas R$ 15,0 e as cores e padrão étnico me agradam muito.
O cinto é masculino e o batom, acreditem, é o amarelo neon da Kolos, sobre o qual falei aqui - só que usei moderadamente.
oh my gosh!
Gemma Slack SS 2011.
Transparência e couro para o verão. Saias até o chão e véus, cores que me fazem lembrar o trágico de Robert Smith... A propósito, quem nunca ouviu the Cure?
Transparência e couro para o verão. Saias até o chão e véus, cores que me fazem lembrar o trágico de Robert Smith... A propósito, quem nunca ouviu the Cure?
22 de out. de 2010
Reflections...
Podemos considerar um futuro diferente? A modernidade nos deixou com poucas ilusões. O século passado ainda se arrasta com seus valores ultrapassados e o vazio de perspectivas acaba nos tornando individualistas e confusos. A idéia de sustentabilidade tanto quanto de naturalidade nas atitudes humanas, veio como por reflexo de uma sociedade que viveu alienada por descobertas utópicas.
A transformação, em seu curso, trouxe males não só biológicos, mas sociais – e dos mais graves. A nova sociedade, tão impulsiva com seus olhos vidrados nos lançamentos contínuos de novas tecnologias, não teve tempo nem interesse em aprender sobre Arte em seu estado mais puro.
Vejo, pois, um desvio do avanço moderno ou a concretização das suas bases mais rijas. A sistematização das coisas, a fugacidade e dinamismo, nos impede de notar até a imponência visual e riqueza histórica de prédios tombados.
Passamos depressa pelas ruas, em nossos carros. Não ouvimos os pássaros, pois, os que ainda se apresentam são silenciados pelas caixinhas de som ou fones de ouvidos incorporadas em todos os objetos que levamos como parte de nós.
A cidade segue triste. E não posso dizer que deveria ser diferente: o homem a escolheu para viver e a mudou como tudo o que toca.
A transformação, em seu curso, trouxe males não só biológicos, mas sociais – e dos mais graves. A nova sociedade, tão impulsiva com seus olhos vidrados nos lançamentos contínuos de novas tecnologias, não teve tempo nem interesse em aprender sobre Arte em seu estado mais puro.
Vejo, pois, um desvio do avanço moderno ou a concretização das suas bases mais rijas. A sistematização das coisas, a fugacidade e dinamismo, nos impede de notar até a imponência visual e riqueza histórica de prédios tombados.
Passamos depressa pelas ruas, em nossos carros. Não ouvimos os pássaros, pois, os que ainda se apresentam são silenciados pelas caixinhas de som ou fones de ouvidos incorporadas em todos os objetos que levamos como parte de nós.
A cidade segue triste. E não posso dizer que deveria ser diferente: o homem a escolheu para viver e a mudou como tudo o que toca.
Percebo em minha cidade ainda, uma ingenuidade de formas e partidos. Nova e bastante rejeitada pela nação pela qual lutou, sente o reflexo de atitudes que não se dariam em sua língua, não fosse a influência que se impõe certeira. A arquitetura só agora se faz mais vernacular, usando de artifícios de uma moda que se gerou por necessidade. Ainda assim, eu a considero válida e talvez mais original do que a transposição de elementos alheios, pois peculiar, nossa terra possui uma aura invejável em termos de escala.
Então, acho que a expansão da tecnologia, que nos dificultava saber o que era novo e diferente, tornou tudo tão sem graça, que tivemos que apelar para o rebuscamento do passado. Voltamos a algumas décadas, na busca de nos encontrar em ares mais puros e quiméricos. Os anos 50, 60, 80(...) pareciam mais repletos seres reflexivos e maduros. A moda parecia mais cheia de personalidade e a arte se fazia com a alma, não como para ser fugaz e ordinária como nos anos 2000.
Parece que o sonho que se fez nos anos 60 de usar capacetes e poder passear e construir casas na lua nos anos 2000, quando prostrado, fez a sociedade calar um pouco a ambição, e um a um, se trancar em seus caixotes habitáveis, desiludidos. Não vou falar aqui de amor, pois há quem defenda que ainda somos românticos. Mas a verdade para mim, é que muito se perdeu em arte escrita e consciência de Belo. Por isso, nem quando vemos as invenções mais absurdas dos japoneses, nos admiramos mais: há um sentimento de indiferença que faz parecer que já esperávamos por aquilo.
Daí então, o meu texto é como qualquer outro acerca da vida contemporânea. Uma visão a mais sobre o mundo vão que não reflete sobre qualquer contexto. Apenas vive, e não critica nem a si, pois isso tomaria um tempo em que se poderia acumular milhares de informações inúteis pela internet.
Enfim, desconsiderem a aparência tétrica do texto, e por favor, tentem apenas refletir. Espero por respostas, ansiosa, sobre o que lhes vier a cabeça. Boa tarde!
Então, acho que a expansão da tecnologia, que nos dificultava saber o que era novo e diferente, tornou tudo tão sem graça, que tivemos que apelar para o rebuscamento do passado. Voltamos a algumas décadas, na busca de nos encontrar em ares mais puros e quiméricos. Os anos 50, 60, 80(...) pareciam mais repletos seres reflexivos e maduros. A moda parecia mais cheia de personalidade e a arte se fazia com a alma, não como para ser fugaz e ordinária como nos anos 2000.
Parece que o sonho que se fez nos anos 60 de usar capacetes e poder passear e construir casas na lua nos anos 2000, quando prostrado, fez a sociedade calar um pouco a ambição, e um a um, se trancar em seus caixotes habitáveis, desiludidos. Não vou falar aqui de amor, pois há quem defenda que ainda somos românticos. Mas a verdade para mim, é que muito se perdeu em arte escrita e consciência de Belo. Por isso, nem quando vemos as invenções mais absurdas dos japoneses, nos admiramos mais: há um sentimento de indiferença que faz parecer que já esperávamos por aquilo.
Daí então, o meu texto é como qualquer outro acerca da vida contemporânea. Uma visão a mais sobre o mundo vão que não reflete sobre qualquer contexto. Apenas vive, e não critica nem a si, pois isso tomaria um tempo em que se poderia acumular milhares de informações inúteis pela internet.
Enfim, desconsiderem a aparência tétrica do texto, e por favor, tentem apenas refletir. Espero por respostas, ansiosa, sobre o que lhes vier a cabeça. Boa tarde!
Rio Branco, Ac, photos and text by me.
19 de out. de 2010
18 de out. de 2010
Zinguer Pieces: A Renda e seu uso!
A renda é um tecido que teve origens nobres. A princípio, o uso das rendas restringia-se aos mantos do clero e da realeza, geralmente sob a forma de passamanaria dourada ou prateada. Nos séculos XVII e XVIII, a renda já era usada em adornos de cabeça, babados, aventais e enfeites de vestidos.
A rainha francesa Catarina de Médici foi a principal responsável pela propagação do tecido na corte. A procura foi tão grande, que o governo quase se endividou por causa dos custos da importação. Foi então que o rei da França proibiu o uso da renda.
A rainha francesa Catarina de Médici foi a principal responsável pela propagação do tecido na corte. A procura foi tão grande, que o governo quase se endividou por causa dos custos da importação. Foi então que o rei da França proibiu o uso da renda.
Durante muito tempo ela foi associada à lingerie, pois seu uso passou a ser medido, também pelo custo que nunca foi tão acessível. Por isso traz um ar sexy em seu uso. Mas também é muito romântica e feminina.
Aproveitando a febre romantizada dos guarda-roupas que seguem a moda, preparei em parceria com a loja Zinguer, umas dicas para as leitoras que também querem usar desse tecido nobre, sem medo:
Aproveitando a febre romantizada dos guarda-roupas que seguem a moda, preparei em parceria com a loja Zinguer, umas dicas para as leitoras que também querem usar desse tecido nobre, sem medo:
15 de out. de 2010
◆ Panorama da Busca Pela Estética Perfeita
[Nota Informativa às acreanas: Em breve um super post com combinações novas diretamente da loja Zinguer!]
Nerdeando por aí, encontrei uma enquete online que buscava saber mais sobre os conceitos de beleza contemporâneos, e o que me fez parar para refletir e logo, vir apressada escrever acerca do tema, foi o seguinte: "Apenas duas em cada cem mulheres se consideram bonitas e afirmam sentir-se bem na própria pele." O estudo divulgado pela marca Dove foi realizado em onze países (Argentina, Brasil, Canadá, EUA, França, Holanda, Itália, Japão, Reino Unido, Espanha e Portugal) e concluiu que as mulheres têm baixa auto-estima.
Eu não posso ser hipócrita e dizer que sinto-me totalmente confiante e que não há momentos em que quero ser outra pessoa, com formas esteriotípicas diferentes, mas é chocante pensar que 40 por cento das mulheres do mundo não se sentem bonitas. Obviamente, o estudo também revelou que as mulheres sente que as mais bonitas têm mais oportunidades na vida, e as que são fisicamente atraentes são mais valorizadas pelos homens.
Eu sei que isso é um fato. E pensando assim, imagina se a descoberta das multiplas belezas, em meados de 1930, não tivesse acontecido quebrando os tabus da perfeição? Desde então, a magnifiscência das mulheres foi descoberta como um transbortamento de releituras estéticas. Há pouco tempo, o apse da beleza era inspirado pela digníssima Marilyn Monroe, que usava manequim 46 e era considerada a mulher mais sexy do mundo. Hoje o padrão estético nos faz querer morrer de fome para chegar ao 34/36!!
As representantes femininas da moda da nova era, por vezes parecem apáticas, subnutridas e definhadas, enquando aparentam bracejar a morte com as pontas dos ossos que se vêem em toda a parte. Os padrões de beleza chegaram ao apse do absurdo e ao oposto do que se sucedeu ao seu início. -Vocês sabiam que houve um tempo em que ser gordo era sinal de beleza? As pessoas consideravam que alimentar-se bem era digno de realeza, portanto, quem tinha dinheiro e beleza, era consequentemente gordo.
Na adolescência eu sempre ouvia algumas pessoas comentarem positivamente sobre minhas pernas que, geneticamente, teimam em ser grossas, e não conseguia entender que tipo de ser louco chegava a ser atraído por um par de membros inchados, assim. Lógico que estava já um pouco infectada com a moda de afrancesamento feminino, que idealiza mulheres pálidas, com cinturas de vespa e pernas compridas. E mesmo querendo ter nascido como aquelas coitadas que têm um vão entre as cochas e o nó do joelho mais largo do que a canela, acabei descobrindo que há também em vidas assim, tísicas, alguns contrapontos.
Lógico que cheguei a essa idéia porque eu sabia que não poderia mudar meu estado, não fosse com um tipo de doença que favoressesse a definhação. Voltei a pensar nas diversas formas de definição e passei a ver como é insigne a idéia de que possamos todos ser uns diferentes dos outros fisicamente também. Pois, com meu gosto por homens estranhos, como eu poderia ser atraída por um ser masculino se todos fossem iguais? uSHUhsuhS Bem serio! Acho que se me fosse imposto ter que olhar para pernas grossas masculinas, ou seres que se repetissem padronizados, eu seria um pouco lésbica! HusHuhu
Voltando à pesquisa que mencionei no início, a psicoterapeuta e co-autora do estudo defendeu que, "nos últimos 25 anos, as mulheres têm intensificado as preocupações com um ideal de beleza que é, afinal, inatingível, chegando-se ao ponto de até as mulheres magras se sentirem gordas, o que mostra como a gordura já é algo mental".
E deve ser! Todas nós somos meio piradas e competitivas. Não só a gordura, mas também a cor da pele, a altura e a cor e textura dos cabelos nos fazem enlouquecer. Deve ser tudo psicológico, e não há mulher bonita ou feia. Há uma idealização que se impõe e só você decide se adquire ou não!
11 de out. de 2010
Neominimalismo + Vintage
Enfim estou de volta, após quase uma semana... Depois de uma aventureira viagem onde a volta custou-me o preço de 30 horas de espera dentro do ônibus, cheguei um pouco cansada e ainda perdida no tempo. A sensação é a de que estive longe por um mês inteiro e não por seis dias. Mas já e preciso que eu volte a linha, pelo bem dos meus estudos! Vilhena é uma cidade bonita e calma. As pessoas foram muito receptivas e minha apresentação foi um sucesso. As amigas que viajaram comigo também foram bem sucedidas e acabamos estreitando laços de certa forma; o que acrescenta um pouco mais à experiência, que ultrapassou o intelecto chegando a ser inclusive espiritual. A permuta de conhecimentos foi extremamente rica durante esses dias na UNIR, com tantos literatus ao redor de poucas salas, possuidores de reais interesses, sentimos-nos muitas vezes como Flaneurs ou os Dandis estudados, analisando a sociedade que se apresentava aos nossos sentidos atentos.
Então, de volta a realidade que me exige múltiplos olhares acerca da estética, seja visual, virtual ou sensorial, começo a semana um pouco perdida, mas cheia de energia -e é preciso que eu saliente- das mais positivas energias possiveis de se absorver.Tenham uma otima semana!
About me: O Blusao é simples e minimalista. Desenhei para usar de forma homônima. Os Lenços eram da minha mãe; juntos ao óculos e sapatos que remetem ao vintage, formam o par de inspiração na década de 20. As cores são as mais sóbrias; Cinza, preto e bege.
Featured - Geração Gazeta
Só hoje pude assistir a entrevista que fiz ao Geração Gazeta. Acho que quem não me conhece percebeu aí como sou tímida. As palavras fluiram, mas havia um carimbo de timidez em minha testa a denunciar ><
Enfim, quem tiver interesse, clique nas imagens para assistir ao vídeo ou vá ao link do programa no site agazeta.net.
4 de out. de 2010
10-10 - visit me at Vilhena!
Hoje viajo para Vilhena, para a apresentação do meu artigo científico entitulado "ENTRE SALÕES E ALCOVAS: UM ESTUDO DA REPRESENTAÇÃO DA DOENÇA FEMININA EM JOSÉ DE ALENCAR", onde tenho o objetivo de analisar a imagem da mulher no século XIX dentro da literatura médica e não médica do período, baseada excepcionalmente nas leituras de José de Alencar e nos postulados anatômicos e fisiológicos do período.
Na verdade, o tema desse projeto não poderia cair em mãos mais infrenes. Interessou-me sempre tudo aquilo que tratava sobre as diferenças entre os sexos, tanto quanto injustiças sociais e a dominação do corpo feminino durante todo o percurso histórico das civilizações ocidentais.
O século XIX, em especial, período de novas descobertas, do ufanismo e do tão conhecido movimento de libertação dos modelos clássicos, Romantismo, serviu-me de pauta para os estudos sobre os quais, analisando os discursos médicos acerca do corpo feminino, seus prazeres e aspectos anatômicos, falo sobre a imagem de objeto fragil e inábil à sociabilidade.
Enfim, isso é só para deixá-los a par do assunto que abordarei no seminário. Talvez, devo salientar, não esteja tão frequente com os posts nos próximos dias, mas sábado voltarei com algumas novidades. Espero que me aguardem. Obrigada pelas visitas e assistam hoje ao Geração Gazeta!
O quadro acima chama-se "Arrufos", foi pintado em 1887 por Belmiro de Almeida. Representa bem essa visão da fragilidade e do domínio da mulher naquele período. Desde a indumentaria ao costume de não sair a rua desacompanhada, a chamada cultura de verniz era o ditado do momento (Imaginem-me com esse shorts no século XIX! Eu seria no mínimo chamada de degenerada! uHSUHsus).
Está velhinho, no estilo trash que eu curto...
Agora vou terminar de fazer minhas malas! Boa semana a todos!
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