If i were a boy

 

É claro que a gente passa por fases. Eu, não como blogueira ou como modelo ou como mulher, mas como humana, também vivo momentos que me tomam por inteira, me deixam transtornada e também feliz demais. Há quanto tempo eu estive tentando fingir que não precisava dizer? Há quanto tempo, só fotos, só fatos, só introspecção? Niilismo? Pois preciso. A gente sempre necessita gritar nossas dores e amores, nossas apreensões, esperanças, e os porquês dos nossos olhos vidrados. Mesmo não parecendo natural do ser humano (porque as vezes ela é uma grande trama que nos confunde, corrompe e faz tropeçar), a sociabilidade acaba fazendo um bem interno a quem conversa, ainda que cada palavra sirva muito mais ao indivíduo falante, que reafirma a si mesmo e reflete uma vez mais. 

Eu precisava fazer fotos com peças de uma das minhas grandes parceiras. Mas estava neste momento de reordenamento e grande reflexão. Precisei também me fotografar sozinha. E o que eu poderia fazer se estava anulando o meu gênero? Adorei todas as peças, estava encantada com as cores e texturas, mas inconscientemente acabei fazendo um topete e uma cara de "Boy". Vesti o personagem do dia. A máscara para a qual estava. E não, eu não poderia fazer de outro jeito, pois eu sim, não consigo mentir. Posso até me calar, mas minha face me dedura toda hora... É só ver quanta careta eu faço. É só traduzir aquele monte de pele engelhada, aquele monte de palavras querendo sair pelos poros. 

Eu já quase não sou homem. Dizem-me mulher antes de lembrar que homem sou, pois pertenço a uma espécie que insistem em mencionar como "os homens" em toda e qualquer frase, me anulando alí pelo meio. Preciso pedir desculpas por não ser a doçura de mulher que escolheria essa roupa linda para vestir? kkkkk A humanidade está necessitando, urgentemente, de afeto e milagre. Eu também. Só espero que consigamos reconhecê-los quando presentes. E não, eu não estou escrevendo para ninguém gostar ou, ao menos, entender. Estou escrevendo, simplesmente, e isto me supre: contrabalança, quando nada.

Eu queria ser o Elvis. Jogar o cabelo pra cima, abusar do charme e dançar, dançar, dançar...

ROUPA: Loja GLAM

Look: Conjunto com aplicações (casaco tweed + short)
e camisa plissada em comprimento mullet. 

Bota dourada: Colcci

Make: Sombra Iluminadora da Koloss Make Up.
Unhas: Passe Nati Esmaltes - Cor Gaia- Koloss.

Leia a minha última crônica publicada clicando aqui.

Tenham um ótimo dia!