2011 em uma página...

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Sábado, o dia da criação: Amanhã, o último dia do ano 2011 - e eu pareço já ao princípio do texto, crer em alguma coisa que não nas minhas próprias experiências. Tantas especulações sobre dois mil e doze e tanto nada pra contar de onze do onze de dois mil e onze quanto também não lembro muito de algo tão relevante que possa contar neste momento.

Sequiosa de escrever qualquer coisa que fosse, eu pude apenas concluir que 2011 foi o ano da minha repressão. Prendi-me aos meus pensamentos, a minha personalidade difícil, aos meus olhares vagos, a minha fobia-social e a essa desistência horrenda que já comentei uma ou duas vezes por aqui.

Creio firmemente que o confinamento em mim mesma, imposto por uma criatura ínfima que há em um lado da minha personalidade, foi o que me impediu muito durante este ano. Fiquei muito tempo esperando, acho, que essa outra fosse embora e me parasse de segurar, parasse de me sufocar e escravizar. 

Sou tímida. E em 2011 fui além disso, retraída, séria e matuta. Parece que completar a maioridade real me cobriu de um manto cinza, reservando só para mim tudo o que sou de fato e deixando uma muralha de seriedade e antipatia para quem estivesse de fora. É!.. É isso! A maior parte das pessoas me vê assim... Só que vocês que me lêem, eu espero que compreendam.

Alguém já experimentou o sentimento físico da solidão? Eu experimentei - e tudo é melhor do que esse sentimento experimentado!

Abismo: Há nos fundos de mim, uma sede pelo desafio de me vencer. Meus amigos sabem -ninguém tão bem quanto eles- como me prendo a essa casca, essa pessoa uníssona, que renega ao gigante espírito de aventura que me chama a pular do abismo transversal que há poucos pés afrente.

Como poderia escrever de amor e boas vibrações se esses não fossem meus pressupostos, meus alimentos? Só não sei bem expressá-los pessoalmente. Uma falha talvez nociva.

"A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno." - Vinicius de Moraes

Pois bem, uma vez mais faço um post com fotos do meu ano, uma página que narra um pouco em cores, um quebra-cabeças que nem mesma eu compreendi bem ainda: eu mesma, meus atos, desejos, medos, sucessos e inspirações.
Certamente é esse o desafio que quero vencer em 2012: a maioria das solidões do próprio eu, lutando a favor da liberdade e contra ela, a favor da vida - para ser livre!Os meus amigos, são seres de bons fluidos, que, quando encontro, o dia melhora. Por isso, é a eles e a vocês, caros leitores, pacientes como são, que mando minhas vibrações positivas, meus votos de amor, paz, respeito e compreensão para o ano novo. Que todos tenhamos muito sucesso e conquistas realmente transformadoras!

Um beijo enorme!
Clara Campelo