Sobre tropicalismo, amor e o cheiro das carambolas...

Uma das coisas que me move muito são as presenças. Eu, que sempre estou muito cheia de mim, quando me permito estar acompanhada, sou certamente uma mulher diferente, bem mais repleta de vibrações. Vibrações estas que vem dos outros para mim, claro, que energizam de uma forma diferente a medida da personalidade que me acompanha.

Nos últimos dias, tenho estado muito cheia de vontade de ler poemas e ir ao teatro. Tudo por culpa da lembrança das pessoas queridas que eu costumo ver apenas nesta temporada do ano. As férias trazem a mim antes da presença dos amigos e familiares que moram longe, uma nostalgia gostosa com cheirinho de poesia e dos almoços de família, com toda ela reunida, a là infância.

Hoje eu decidi postar essas fotos porque foi exatamente da minha infanica que lembrei quando ganhei e quando vesti essa blusa com estampa de carambolas. No quintal da casa da minha avó tinha uma caramboleira que deixava a cozinha com aquele cheiro meio doce meio azedo da fruta, e sempre tinha suco de carambola, carambola cortada em fatias (que fica lindo, em formato de estrela) e eu já saturada de sentir o cheiro, nunca ingeria nada de carambolas... Nessa época eu costumava ir pra lá sempre aos fins de semana, onde brincava com minha prima Mayara -que está nas fotos comigo e é uma das pessoas que eu espero para a minha virada de ano perfeita.

Falando em festas de fim de ano, eu tenho pensado muito sobre a magia dessas datas, que se perdeu um pouco no passado, segundo o que tenho notado ao analisar (superficialmente) as crianças e mesmo os adultos dessas novas ‘gerações’ coetâneas. Teve um tempo em que o Natal era a data mais incrível do ano e eu sonhava com aquelas luzes dos pisca-pisca, com as botinhas e sinos do papai noel, ficava tentando não dormir para vê-lo deixar meu presente (e não conseguia), entre outras coisas que hoje não são levadas a sério pelas crianças, por menores que sejam. Mas para mim, os últimos dia do ano (ainda) sempre me levam as artes, e melhor, de uma forma muito mais lírica e bela do que jamais o faço.

Eu sempre sonhei em ter uma pessoa que me completasse nesse sentido. Pensava que seria necessária a presença de alguém que me recitasse poemas, cantasse valsinhas de amor e indicasse os livros de arte e filosofia mais complexos de se ler. Mas depois de um tempo, eu encontrei a inspiração que me leva a isso nas lembranças.

Pois é. Acho que todo mundo deve saber degustar bem as recordações... Pelo menos a mim, causa a sensação de completude, de presença, de amizade e carinho. E nesse fim de ano, em especial, vou estar cercada das pessoas que mais amo na vida, graças aos céus! Minha família e amigos, meus irmãos escolhidos a dedo e com o coração!

Bem, eu pensei em falar hoje sobre tropicalismo (a exuberância dos trópicos, das árvores, folhagens e flores coloridas nas estampas), verão 2012, mas ninguém quer mais saber sobre isso depois desse texto quase sem fim não é? Hahaha.

De qualquer forma, para a minha versão deste "momento tropical", usei uma blusa vintage, bermuda boyfriend, maxi óculos 70’s e botinha Arezzo. Gostaram?

Beijão cheio de nostalgias, romantismo barato e cheirinho de carambolas pra vocês, hahaha!

*All my love for Mayara França, Clara Pimentel, André César, Ana Kássia Campelo

-espero ansiosa para ver todos em breve! :*