3 de jul. de 2011

SPFW Verão 2012.

Arte indígena, Natureza Brasileira, Abraço aos trópicos e a Elegância Nativa... Yeah!

Passada a São Paulo Fashion Week -que a propósito eu não fui-, decidi fazer um textinho sobre o que acompanhei e pude notar sobre as principais apostas para o Verão 2012. Alguns aspectos me chamaram mais atenção: inspirações em telas tropicais, na arte tribal indígena, em elementos da natureza e até folhas de árvores viraram acessórios para as modelos na passarela, além do desfecho do evento com um desfile de peças inspiradas na obra de um cantor e compositor brasileiro do século passado.

A Moda no Brasil pode ser um assunto um tanto delicado, mas na região Norte, é mais que isso: é complicadíssimo! Em tempos de mundo globalizado e de desejos instantâneos, é comum esquecer de que a cultura de moda nacional encontra-se ainda em estado embrionário e sem dúvidas, por aqui, estamos um pouquinho mais atrás. Somos mesmo um país extremamente jovem e a Amazônia, o dito “pulmão do mundo” pouco tem sido explorada por nós, nativos, habitantes das terras amazônicas.

Gigantes da modernidade e da moda como a França, Itália e até mesmo a Inglaterra, além de perpetuarem suas culturas, são reverenciados por nós e exploram nossas belezas como ninguém. Quando acontecem as semanas de moda européia, lá se vão os estilistas brasileiros para se inspirarem, trazer as referências e adequar ao nosso clima. Só então serão produzidos e desfilados os modelitos brasileiros. Desta vez, entretanto, os nossos 511 anos de Brasil, despontaram uma maturidade local impressionante: a moda brasileira mostra-se não só como um fértil, mas também poderoso terreno para novos talentos.

No último dia da São Paulo Fashion Week, seis grifes desfilaram suas coleções com as tendências para o verão 2012. Primeiro a apresentar suas peças, depois de uma temporada em Paris, o estilista Pedro Lourenço, de apenas 20 anos, exibiu criações inspiradas nas telas tropicais da artista Lelli Orleans e Bragança (Pintora, especialista em trompe l'oeil. Nascida princesa do Brasil em 1959).

Pedro Lourenço
(Pedro Lourenço: moda e obra de arte de suspirar)

Já Fernanda Yamamoto desfilou looks inspirados nos elementos da natureza e até folhas de árvore viraram acessórios para as modelos na passarela. Destaque também para o estilista Ronaldo Fraga, que fechou o evento com um desfile de peças inspiradas na obra de Noel Rosa (sambista, cantor, compositor, bandolinista, violonista e um dos maiores e mais importantes artistas da música brasileira).

Fernanda Yamamoto no SPFW
(Fernanda Yamamoto: Tecidos levíssimos e recortes sinuosos)

Ronaldo Fraga
(Ronaldo Fraga: peças inspiradas na obra de Noel Rosa)

A Arte Tribal dos índios da Amazônia traduziu toda a inspiração de Eduardo Pombal para Tufi Duek, que propôs para o verão, modelagens mais retas e pouco estruturadas, partindo de recortes e volumes originados de pregas-macho que apareceram em vestidos-tubos, saias e blusas-túnica quase sempre confeccionadas em tecidos naturais como algodão e linho. Tornando a coleção bastante urbana, a cartela de cores ficou por conta de neutros como palha, preto e branco permeados de cores vibrantes como o vermelho-urucum, laranja, verde bandeira e amarelo.

tufi duek spfw

Tufi Duek

O tribal indígena tipicamente brasileiro trouxe para esta coleção tramas de cestas e trabalhos artesanais em vestidos, sais e tops de costas nuas. “Quando eu estava em Paris, na Première Vision, no final de janeiro deste ano, comecei a ver alguns tecidos que me atraíam pela riqueza da textura e a maneira como eram trabalhados. Em São Paulo, na loja da FUNAI, descobri pinturas, cerâmicas e bordados de tribos indígenas e trouxe esses elementos para o universo minimalista da marca”, explicou o estilista em entrevista para o Portal Fashion Week.

Tufi

E para traduzir o que eu penso sobre todas essas expressões de brasilidade dentro da moda, eu devo dizer que mesmo olhando aqui de longe, do estado que realmente lutou pra ser brasileiro e ainda assim é alvo de esquecimento (e chacota, porque não dizê-lo?! quem nunca ouviu a expressão "o Acre não existe"? enfim...), sinto que o debruçar-se -espero que não romantizado- sobre os trópicos pelos próprios brasileiros, o abraçar a arte nativa, tribal, os balangandãs, os senhores do bonfins e afins (...) é uma proposta mais do que divina para o momento que, somado à velocidade da era digita, o mundo -e o próprio país- podem ver que temos arte e história próprios, o que não resume portanto, o nosso produto apenas em carnaval e futebol.

Com isso quero dizer que o próprio país deve alertar para a nacionalidade, o valor da própria terra! E então tá... Eu penso assim. Viva o 'luxo indígena'! Vamos lá!... O Brasil será isso de saudosismo eterno desde que entendamos que somos um povo misto de culturas. É fácil ver o bem sucedido resultado, começando por reler as imagens acima! ;)

[Relevem alguma ausência de lógica pois o lado direito do meu cérebro está muito ativo. uHSUHs ;* Ótimo domingo!]

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