17 de jun. de 2015

A praça que eclode num centro cultural

A arquitetura de Baku, capital do Azerbaijão, ainda hoje remete ao passado. Mais especificamente, ao período no qual o território fazia parte da extinta União Soviética. Buscando ressaltar a sua independência, que é uma realidade desde 1991, o governo local vem investindo um volumoso capital na modernização e no desenvolvimento da insfraestrutura e da arquitetura do país. Um dos bons exemplos deste empreendimento é o centro cultural projetado por Zaha Hadid, o Heydar Aliyev Center. 

Uma das principais qualidades do edifício é o esfumaçar da linha que separa o objeto arquitetônico e a paisagem urbana. É como se o volume do complexo cultural emergisse do solo da praça onde está instalado. Essa integração entre objeto e entorno passa um recado nítido: o Heydar Aliyev Center é um espaço tão acessível ao público quanto a praça. Em seu interior marcado pela fluidez das formas e pelo intenso uso do branco, a principal atividade é a celebração da cultura Azeri.

  (Foto: Hufton and Crow)


  (Foto: Hufton and Crow)

E em se falando de fluidez, cabe apontar que tal característica não é algo novo na região. Aarquitetura islâmica sempre alcançou tal qualidade através do posicionamento ritmado de elementos – exemplo disso são as sequências quase infindáveis de colunas vistas em edifícios históricos. Do mesmo modo, os ornamentos caligráficos e gráficos costumam ocupar todas as superfícies – paredes, tetos e pisos –, gerando uma continuidade agradável que acaba por relativizar as formas da própria arquitetura.

"Nossa intenção foi estruturar uma interpretação contemporânea das características históricas da arquitetura local sem lançar mão da mimese e da iconografia", explica Zaha. Um dos pontos mais desafiadores do projeto, segundo a arquiteta, foi o desenvolvimento da pele do edifício. A nossa ambição de criar uma superfície de aparência contínua e homogênea exigiu a combinação de uma ampla gama de expertises: diferentes lógicas de construção e sistemas técnicos tiveram que ser reunidos e integrados no envelope do edifício. Como revestimento, optou-se pelo concreto reforçado com fibra de vidro e pelo poliéster reforçado, também, com fibra de vidro.

  (Foto: Hufton and Crow)

Foram realizados vários estudos sobre a geometria da superfície externa da obra, buscando o uso mais racional dos painéis de cobertura. Por fim, encontrou-se um bom desenho de peças e  juntas. Para a arquiteta, são justamente essas costuras que tornam as curvaturas do edifício mais legíveis. Elas enfatizam a transformação contínua da forma e o movimento implícito de sua geometria fluida.

Além disso, essas quebras na superfície oferecem uma solução para as questões práticas da construção, tais como fabricação, manuseio, transporte e montagem. A fragmentação da cobertura também é benéfica ao interferir em pontos problemáticos, como a deflexão, a distribuição de cargas externas, as alterações propiciada por mudanças de temperatura, atividades sísmicas e pelo vento.
Como já era esperado, a atenção aos detalhes marca o este projeto. Não é a toa que Zaha Hadid é um dos principais expoentes de seu metier.

  (Foto: Iwan Baan e Helène Binet)
  (Foto: Hufton and Crow)

  (Foto: Hufton and Crow)

  (Foto: Iwan Baan)

  (Foto: Iwan Baan)

  (Foto: Iwan Baan)

  (Foto: Hufton and Crow)

  (Foto: Hufton and Crow)

  (Foto: Helene Binet)

  (Foto: Helene Binet)

  (Foto: Helene Binet)

  (Foto: Helene Binet)

  (Foto: Helene Binet)

  (Foto: Hufton and Crow)

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  (Foto: Hufton and Crow)

  (Foto: Hufton and Crow)
  (Foto: Hufton and Crow)

  (Foto: Hufton and Crow)

  (Foto: Hufton and Crow)

  (Foto: Hufton and Crow)

  (Foto: Hufton and Crow)

  (Foto: Hufton and Crow)

  (Foto: Iwan Baan)

Fonte: Casa Vogue

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