O boom da beleza: O Século XX

Até o fim do século XIX, a idolatria pelo belo sexo se desenvolveu em um quadro social estreito. As homenagens artísticas às mulheres e as práticas estéticas não ultrapassavam barreiras mesmo nas valorizações poéticas e imagem pública. Durante quase cinco séculos, a celebração da Bela conservou sua dimensão elitista. Mas ao longo do século XX, a imprensa feminina, o cinema, a publicidade e a fotografia propagaram pela primeira vez as normas de imagens ideais do feminino. Atingindo assim, na escala do grande número, com estrelas de cinema, manequins e imagens Pin-Up, modelos superlativos de feminilidade. Exaltava-se o uso dos cosméticos por todas as mulheres. O culto do belo sexo entrava atingindo toda a massa em uma fase mercantil e democrática.

Por todas as partes, a beleza feminina se livrou de seus laços com a morte e o vício. A estética da magreza ocupa evidentemente um lugar preponderante no novo planeta beleza. Eis que surge a chama incipiente para as acepções de beleza hoje concebidos. Os periódicos femininos são cada vez mais invadidos por guias de magreza, e esta tornou-se um mercado de massa. Que mulher em nossos dias não sonha em ser magra? A evolução do que surgiu a partir dos primeiros anos do século passado foi tamanha, que hoje, quando olhamos as Vênus dos anos 50 chegamos a pensá-las como "cheinhas". E o ideal de magreza agora encontra-se em seu limite; eu vejo ossos, apenas...

O post de hoje foi inspirado por algumas leituras que tenho feito sobre as relações de gênero (sabem que adoro!), que a propósito coincidiram muito com o momento de inspiração indumentária sobre os anos 50 e uma reflexão acerca dos assuntos atuais de estética. Um bom exemplo sobre essa questão, nasceu quando vi um post no blog Freedom, onde havia a imagem da capa da revista Love. Mostrava a vocalista da banda The Gossip nua. Ela, apresentada como um ícone da nossa geração, apareceu pela segunda vez sem roupas para uma revista. A questão poderia parecer normal quando falássemos em uma pessoa que se enquadrasse, como todas as que saem nas capas de revistas, no padrão de beleza "ideal". Mas Beth Ditto foge totalmente dessa estética, e orgulhosa de sua forma física, consegue provar frequentemente que sensualidade não tem como pré-requisito a magreza e o aspecto tísico.

Enfim, acho que os valores ultrapassados que exigem uma perfeição impossível podem ser repensados assim como essas raras expressões como a de Beth Ditto, que são muito válidas e admiráveis.
Abaixo minhas fotos em um dia qualquer em que fui para a aula inspirada na estrela do cinema Clara Bow, uma das imagens que ajudou a propagar a estética do belo sexo nos anos 20.

O baby é meu sobrinho Lipe :) Fofura.
Bom Domingo a todos!