Há alguns anos minha obsessão por acessórios se estendeu para os relógios. A tendência a colecionar objetos pequenos tinha tomado uma dimensão sem precedentes na minha família quando cheguei a conta antes inimaginável de duzentos óculos de sol. Então, depois de me mudar para a Europa, algumas marcas de relógio começaram a me contatar e de repente eu comecei a ter contato com esse mundo que eu ignorava, pois controlar as horas para mim sempre foi um hábito automático de dois modos: olhando para o relógio de parede mais próximo ou conferindo o relógio automático do celular.
Uma vez, me lembro, que um professor da universidade me perguntou se relógios ainda eram itens aderíveis à moda, tendo em vista que hoje em dia maior parte das pessoas têm ao alcance das mãos ou dos olhos o visor do celular ou do computador.
Na época aquela pergunta foi complicada para mim, pois honestamente eu não usava relógios, mas poucos anos depois me vi respondendo à pergunta silenciosamente, pois comecei a ter contato direto com o mundo do marketing de uma produção que se um dia foi artesanal e fazia parte de artigos facilitadores da vida, agora dançava diante da necessidade de estratégia de se tornar um artigo de desejo, acessível e acima de tudo irresistível visualmente.
Não foi só a consolidação dos computadores e celulares inteligentes que deixou de escanteio a funcionalidade inata dos relógios de pulso. O advento dos relógios digitais também foi outro motivo e provavelmente o maior deles, na comparação entre os itens analógicos, pois acessados aos celulares, os relógios inteligentes não só te mostram as horas, mas contam passos, controlam os batimentos cardíacos e incentivam a respiração e o exercício.
Mesmo assim, graças a um apego à tradição que não só é fortíssima em muitos países europeus, mas também tem alcançado o mundo por meio de uma tendência retrô e vintage que permeia diversos âmbitos da moda desde a primeira década dos anos 2000, os relógios ainda têm espaço, cena e continuam sendo um ramo que vejo crescer com inovação especialmente no investimento de detalhes personalizados.
Dentre as marcas que eu mais gostei de comprar, por exemplo, estavam aquelas em que eu poderia gravar nomes, frases ou dedicatórias no fundo do visor. Há também os que investem nas embalagens e os que prometem a versatilidade no mesmo produto, oferecendo pulseiras de diferestes cores, modelos ou materiais.