Rolou um boom 💥 e o mundo parou! Fomos restritos aos espaços das nossas casas, dos nossos cômodos, às relações literalmente mais próximas e em alguns casos à solidão.
Mas hey! espera aí... 🤔
Será que é tão ruim assim? Passamos a vida fora, trabalhando, nos relacionando, encarando o mundo externo para supostamente manter o mundo interno, seja financeira, emocional e sentimentalmente. Queremos uma casinha, um apartamentinho, uma cama confortável, um sofá, um cantinho para estudar/ meditar e assim vai. Vamos transformando o íntimo em altar. E isso é fundamental, tão necessário que acontece naturalmente: Intimidade é repouso!
O ser humano é relacional, é um ser social mas para suportar tanta informação alheia, a gente precisa de momentos a sós para remodelar nossa própria personalidade, nossas opiniões e aspirações.
Mas nos distraímos com o trabalho. Perdemos o tempo precioso que poderíamos dar as crianças da família usando as redes sociais. Nos perdemos nos shoppings da vida reafirmando que ter se tornou mais importante do que ser.
E se o mundo (leia-se o planeta, a terra, a natureza) fez esse movimento tão decidido atingindo todo o globo, deve ter uma razão superior que nos toque ainda mais profundo do que uma guerra requereria. Porque não é com a dor generalizada que estamos nos deparando mas com privação e a introspecção.
Temos aqueles casos em que a situação foi ficar trancado com o parceiro. Outros em que o confinamento foi em família, outros em total solidão, outros com amigos (que é o meu caso)...
E mesmo acompanhados, física ou virtualmente, as vezes a gente pode tender a se sentir sozinho, só porque não podemos distrair, encontrar ou receber uma pessoa específica. E nos casos em que nos sentimos bem mesmo sem aquelas presenças aparentemente tão necessárias, passamos a duvidar do sentimento. Porque nos foi ensinado que gostar de alguém é querer viver grudado, possuindo, se doando, misturado no amor e na dor.
Mas é aí que entra a importância da solitudine. A satisfação de estar em companhia própria. Sem sentir vazio, sem se doer com a presença dos sentimentos, sem brigar com os próprios pensamentos, sem negativar os diálogos internos.
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Será possível?
Aproveitei a coragem que surgiu nesse fim de semana pra fotografar dois looks em um: calça e blusa pretas com terceira peça que transforma a composição. O de ontem levava a jaqueta jeans com aplicações, que deixada o look super mais descontraído e jovial. O de hoje (com a mesma blusa, calça e modelo de sapato) é bem mais elegante, por conta do blazer vermelho @sheinofficial .
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Link para o blazer aqui:
Lembro-me uns anos atrás, num daqueles datings que deviam ser românticos mas que se olharmos por outras perspectivas são quase como entrevistas de emprego. A pessoa te analisa esteticamente, observa tua postura, te pergunta coisas pessoais, quer saber dos teus sonhos, o que te inspira e a gente fica se segurando pra não ser quem é, temendo responder com sinceridade e não agradar...
Eu nunca me dei bem com flertes e esses encontros às cegas. Eu só dava certo com meus amigos. Porque eu não gosto de improvisar, e nem só não gosto como não consigo. Sou seria demais para fazer o que não condiz. Meu compromisso é comigo.
Então, eu estava num restaurante com o dito cujo, que visivelmente era de uma classe social superior a minha e estávamos lá, só os egos, numa entrevista genial em que ninguém se ouvia (e pior: ninguém se sentia).
Provavelmente não consegui fingir costume com os nomes dos pratos, com os termos que ele usava pra falar das suas incontáveis viagens, mas fiz força para ignorar que eu não seria a princesa super woman, fitness, formada em Harvard, cozinheira gourmet sexy sem ser vulgar para apresentar pra mamãe que ele gostaria.
Eu tinha na verdade tendência a uma vida bem natureba e na época tinha um blog que incentivava as pessoas a comprarem no “formigão” (RB), nunca tinha cruzado na vida com um batom da MAC 3 e não saberia nem ligar o celular dele porque nunca tinha visto de perto um iPhone.
Ta bom, eu não era pobre, eu só levava um estilo de vida diferente. Era uma classe média baixa, vai... mas ao mesmo tempo que sentia muito estupida naquela conversa toda, queria ter uma prova do que eu poderia aprender com aquela situação.
Eu gostava tanto de espiritualidade, mas ele é quem tinha ido pra Índia e me falava dos rituais, da paz, do não sei o quê... E aí, em meio a um vinho que eu não saberia deduzir porque custava tão caro e outro, ele me perguntou qual era a minha viagem dos sonhos.
Tenho certeza de que ele não tinha prestado atenção nas outras respostas. Assim como eu; provavelmente acenei com a cabeça positivamente aprovando qualquer tolice que ele tivesse falado, afinal estávamos flertando e existia ali qualquer interesse velado.
ok. Ele me perguntou pra onde eu gostaria de ir no futuro. Ele que me conhecia há dois dias e já estava planejando comprarmos um cachorro de raça e viajar de lua de (ainda nem tinha um beijo envolvido na história)...